quarta-feira, 20 de abril de 2011

Sem qualidade de vida, não há aumento no IDH.

 Nas ruas da capital paulista, especificamente nos arredores da Praça da Sé, a paisagem mais comum é a massa de moradores de rua, desolados, sem direito ao mínimo para viver decentemente, ao olhar aquelas pessoas tento imaginar qual será o fator comum? O motivo predominante que leva milhares de pessoas à morarem no desconfortável mundo das ruas? Desilusões? Condições monetárias? Drogas? O que fazer para solucionar, ou mesmo diminuir o fluxo intenso de pessoas morando nas ruas?
 Ao parar para conversar com um morador de rua, você fica boquiaberto, as razões que os levaram até as ruas, são diversas, e todas num contexto lamentável, não se pode julgá-los sem antes conhecê-los, e isso serve para todos os casos, muitos não tiveram escolha realmente, foram abandonadas pelos familiares, perderam tudo e se entregaram a única porta de salvação que encontraram- as drogas- a fim de amenizar suas dores e curar suas feridas, cada um tem a sua história, embora algo os una, não possuindo renda, fica impossível ter um lugar para morar, uma casa.
 O poder público defende a chamada "operação limpeza" que retira os moradores de rua da visão dos transeuntes, no entanto, o que acontece com esses moradores? O descaso é tão grande, que se esquecem que apesar de não serem uma massa economicamente ativa, ainda são cidadãos, são pessoas como qualquer outra que necessitam de ajuda.
 Num país como  Brasil, país emergente em ritmo de crescimento, visando os lucros a longo prazo, um exemplo:- a Copa de 2014- é fora de cogitação tirar os olhares do do cifrão ($), para atender à essa classe carente como a dos moradores de rua, deixando claro, que o interesse econômico, é sempre superior aos interesses solidários. Em contrapartida, há também autoridades visando a cidadania e a ética, olhando para os pequenos e discutindo meios para ajudá-los, são soluções até então utópicas, discutidas e bem projetadas, mas não passaram de discussão para atitudes palpáveis que visem resultados, o que não modifica a ordem em que tudo se encontra.
 É necessária uma política que priorize e de forma intensa, olhe para os moradores de rua, dando-lhes oportunidades, como empregos terciários, levando dependentes químicos para clínicas especificadas(o que visaria solucionar um outro problema social) enfim, cuidar de cada caso em especial, é um procedimento lento? Sem dúvida, são atitudes que dependem de tempo e dinheiro? Certamente, mas acredito que a construção de um grande estádio de futebol, de empresas até mesmo estatais que vão cuidar do bem estar dos atletas da Copa de 2014, não esteja inferior ao orçamento de assistência aos moradores de rua, mas visar apenas o lucro-econômico também não nos tirará dos números baixo-médio do IDH, impossibilitando o Brasil de ser um país desenvolvido, afinal, sem qualidade de vida para todos, continuaremos no estado de "emergência"

                                                                                                        Karen Dias

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